Flora
Em primeiro plano, a armeria Armeria pungens.
Flora terrestre
A flora do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina distribui-se por três tipos de ambientes geomorfológicos:
- barrocal ocidental, no planalto vicentino a sul, com vegetação típica de solos calcários, uma zona de clima seco e quente;
- planalto litoral, com vegetação mais diversificada, nas dunas, charnecas e áreas alagadiças, uma zona fresca e húmida; e
- serras litorais e barrancos, com densa vegetação arbórea e arbustiva típica das zonas húmidas das ribeiras.
Ao longo do Parque ocorre uma mistura de vegetação mediterrânica, atlântica e do norte de África, com predominância para a primeira. Existem cerca de 750 espécies, das quais mais de 100 são endémicas, raras ou localizadas; 12 não existem em mais nenhum local do mundo. Na área do Parque encontram-se espécies consideradas vulneráveis em Portugal, assim como também diversas espécies protegidas na Europa.
Entre os endemismos há, por exemplo, plantas como a Biscutella vicentina, Centaurea vicentina, Cistus palhinhae, Diplotaxis vicentina, Hyacinthoides vicentina, Plantago almogravensis, Scilla vicentina. Outras espécies são consideradas raras, como o samouco Myrica faya - considerada sobrevivente da laurissilva, a sorveira Sorbus domestica ou a Silene rothmaleri.
Cistus palhinhae e o samouco Myrica faya (® Cristina Girão Vieira).
A atividade agrícola, na parte norte do Parque Natural, zona do perímetro de rega do Mira, é intensiva contribuindo para a ameaça de muitas das espécies de flora, tendo já provocado a extinção de plantas como a Armeria arcuata.
As espécies arbóreas naturais na área do Parque são dominadas por quercíneas, como o sobreiro Quercus suber, o carvalho-cerquinho Quercus faginea e o medronheiro Arbutus unedo, existentes fundamentalmente nas encostas dos barrancos.
- Floresta autóctone [PDF 1,6 MB] - folheto
Medronheiro Arbutus unedo, e bolota de sobreiro Quercus suber (® Cristina Girão Vieira), duas espécies tipicamente mediterrânicas.
As espécies arbóreas não indígenas são, dominantemente, o pinheiro-bravo Pinus pinaster e o eucalipto Eucaliptus globulus.
- Flora Invasora [PDF 1,5 MB] - folheto
Flora marinha
- Arribas e Recifes [PDF 970 KB] - folheto
A natureza diversificada dos fundos e a confluência de distintas massa de água - mediterrânea, atlântica temperada e atlântica tropical - bem como o afloramento de águas profundas contribuem para a presença de elevados níveis de biodiversidade. Fundos rochosos, acidentes geográficos - pequenos ilhotes, baías e cabos, sistemas lagunares e o estuário do Mira suportam habitats adequados em termos de abrigo, alimentação, crescimento e reprodução para muitas espécies marinhas.
A forte componente em fundos rochosos, proporcionando uma maior variedade de habitats, possibilita uma maior diversidade biológica bem traduzida, aliás, na variedade de espécies da flora e fauna marinhas.
Entre as numerosas espécies de algas que povoam os fundos do Sudoeste destacam-se as Codium spp. e Enteromorpha spp., as florestas de Laminárias, as Cystoseira spp. e Padina pavonica, e as valiosas Gelidium sesquipedale.
As plantas marinhas estão representadas por povoamentos de Zoostera spp. no estuário do Mira.